sábado, 30 de março de 2013
Primeiro Encontro Estadual dos Reflorestadores do RJ
Assembléia Geral de Formação da Associação dos Trabalhadores em Reflorestadores e Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro - ATREMARJ, em 2011 no Clube de Engenharia do Rio de Janeiro, RJ.
RECUPERAÇÃO AMBIENTAL
REFLORESTAMENTO E RECUPERAÇÃO DE MATAS
NATIVAS
É muito comum o questionamento sobre quais as espécies
nativas devem ser plantadas em uma área degradada, com intenção de se fazer um
reflorestamento ou regeneração de mata nativa, e também qual a melhor forma de
fazê-lo. Existem aí algumas considerações:
1- Plantar ou deixar por conta da
natureza
Existe uma opinião, endossada por setores do IBAMA, que
recomenda deixar a regeneração da mata de forma espontânea, não plantando nem
roçando o mato, apenas cercando a área para impedir entrada de gado. Desta forma
voltariam a ocorrer espécies naturais da região, vindas de sementes das
proximidades ou mesmo em estado de dormência.
Acreditamos porém que esta não é a melhor forma de se
recuperar de maneira rápida e segura, pois este modelo se aplica a áreas apenas
perturbadas, e não totalmente degradadas ou ocupadas por pastos. Nestes casos,
sem a interferência do homem, dificilmente a mata nativa voltaria ao que era. O
mais provável é que a área se torne uma chamada “capoeira”, com poucas espécies,
e entre elas a predominância de invasoras agressivas.
Assim sendo, o plantio de espécies nativas controlado,
convivendo com parte da vegetação espontânea, parece ser a melhor opção.
2- Fator de regeneração progressiva.
Em uma área degradada, a recomposição da mata se faz por
etapas. Em primeiro lugar aparecem as espécies pioneiras, mais rústicas,
tolerantes ao sol pleno, de pequeno a médio porte, crescimento rápido e menos
exigentes. Após estabelecido o que chamamos "mato", composto destas espécies e
arbustos, que normalmente são as consideradas pragas da lavoura, começam a
surgir as espécies intermediárias, que se aproveitam da sombra das primeiras, e
depois as chamadas "climax", que são arvores de grande porte e longevidade, que
dominarão a mata, reduzindo as pioneiras a um percentual muito menor, formando o
chamado sub-bosque.
Portanto, quanto a este fator, deve-se evitar o plantio de
espécies climax em terreno aberto e limpo. Em grandes reflorestamentos é comum o
plantio simultâneo de todas as espécies, misturadas. Considera-se então que as
pioneiras se desenvolverão mais rapidamente, fornecendo sombra para as climaxes.
Ou então procura-se aproveitar a vegetação existente, e plantar as climaxes em
seu meio. Nestes casos, é necessário dosar a proteção fornecida pelas pioneiras,
devido ao risco de abafamento, fazendo limpezas seletivas de tempos em
tempos.
3- Fator clima, altitude, solo.
Existem espécies que se adaptam melhor a solo mais seco ou
mais úmido, arenoso, etc. Algumas espécies preferem climas frios, outras só
produzem com muito calor. Algumas exigem altitudes mais baixas ou mais elevadas.
Normalmente as espécies climaxes exigem um solo mais rico em adubação. Com uma
boa literatura é possível obter muitos destes dados.
Efetivamente, vai se obter um resultado melhor escolhendo-se
as espécies adequadas.
4- Fator regional (macro região).
Existe uma vegetação caraterística para cada região do país.
As principais são:
Floresta Amazônica
Cerrado
Caatinga nordestina
Mata Atlântica
Vegetação litorânea
Pantanal
Mata das Araucárias e campos do sul
Normalmente uma espécie que compõe a vegetação típica da
região a ser reflorestada sempre se adaptará bem, respeitando-se compatibilidade
de clima e solo.
Por isso é importante observar as matas remanescentes da
região, identificando as espécies que se adaptam bem ali, e dar preferência a
elas. É muito comum que uma espécie exuberante em uma região não consiga boa
adaptação a outra, as vezes a poucos quilômetros do local. Desta forma é muito
importante plantar as espécies predominantes da mata original, de preferência
originárias de sementes colhidas nas proximidades, que certamente apresentarão
desenvolvimento mais rápido e garantido, e depois mescla-las com outras espécies
nativas de interesse.
5- Fator aplicação.
Trata-se da finalidade para que se quer o reflorestamento.
Normalmente os mais comuns são três requisitos:
Árvores frutíferas para atrair e manter a fauna (muitas vezes
não são frutos comestíveis para o homem),
Árvores de grande porte (as tradicionais, também conhecidas
como madeira de lei)
Árvores com floração atraente, que também são melíferas, para
a apicultura (procurando-se espécies que floresçam em épocas diferenciadas).
Existem muitas espécies que atendem a mais de um dos
requisitos, as vezes até os três.
Alguns exemplos de espécies nativas de cada tipo.
Frutíferas: Goiaba, Araçá, Murici, Papagaio, Pombeira,
Cajá, Pitanga, Gabiroba.
Grande porte: Jequitibá, Sapucaia, Peroba do Campo,
Inuíba, Copaíba, Garapa.
Com Flores: Ipês, Quaresmeira, Mulungu, Canafístulas,
Faveiro.
CUIDADOS NO PLANTIO E DESENVOLVIMENTO
1- Época do plantio
A melhor época é no inicio das primeiras chuvas da temporada,
geralmente Setembro a Outubro, quando a terra já estiver molhada em
profundidade.
Plantar mudas já formadas, com pelo menos 20 cm de altura.
2-
Adubação
Usamos para adubação o mesmo processo que utilizamos para
formação de pomares ou culturas homogêneas. Verificar acidez do solo e
corrigi-la, adubar no plantio e uma vez ao ano, antes das chuvas, até que as
mudas estejam em torno de dois metros de altura.
A utilização de matéria orgânica no plantio é muito benéfica.
Forrar o fundo da cova com restos de folhas e galhos recolhidos no local. Alem
de prover nutrientes, ajuda a conservar a umidade do solo no período inicial.
Cuidado para que as raízes da muda nunca estejam em contato,
no plantio, com o adubo químico.
3-
Mata ou bosque
Um bosque é um conjunto de arvores plantadas uniformemente em
linha, com bom espaçamento, e sem existência de outra vegetação a não ser algum
gramado ou flores baixas.
Uma mata nativa é um conjunto de espécies vegetais em plena
concorrência pela sobrevivência, com um rico sub-bosque, pasasitas, invasoras,
arvores em disposição irregular, em geral muito próximas umas das outras,
serrapilheira (conjunto de cobertura morta do solo) rica e densa.
Em uma recuperação de mata não queremos nada parecido com
bosque, portanto o plantio deve ser irregular, mantendo-se ao máximo a vegetação
existente (mato).
4-
Cuidados com o mato
A existência de mato, vegetação rasteira ou arbustiva
original do local, em geral invasora e agressiva, por um lado ajuda a manter a
fertilidade do solo, conter erosão e diminuir o ataque das formigas.
Por outro lado ela pode abafar as mudas plantadas e matá-las.
Portanto no plantio deve-se deixar um espaço limpo em volta das mudas, e fazer
capina de coroamento umas duas vezes por ano, até que a muda se sobressaia da
vegetação rasteira, já com uns dois metros de altura.
5-
Formigas
As formigas, gafanhotos e grilos são grandes inimigos do
reflorestamento, e podem reduzir um projeto a quase zero em pouco tempo.
Deve-se ter em mente que as formigas são agressivas na medida
em que o ambiente for desequilibrado. Em uma mata nativa formada vemos grandes
formigueiros e carreiras de saúvas, sem detectar prejuízos visíveis às
árvores.
Entretanto, em uma área degradada as formigas são
extremamente agressivas. Deve-se combate-las com métodos tradicionais (iscas,
fumigação) para manter o controle. À medida que as mudas forem crescendo e
formando-se um rico sub-bosque, o eco-sistema se encarregará de contê-las.
6-
Queimadas
Com certeza um dos principais inimigos.
Manter aceiros em volta do reflorestamento, assim como manter
o coroamento das mudas.
7-
Podas
À medida que as mudas vão crescendo, diminui-se o desbaste do
mato e o consorcio de plantas vai se formando. Neste momento é importante a ação
do homem para ajudar a regular a concorrência natural. Observando quais as
espécies se tem mais interesse, ou quais estão sendo abafadas, vai-se fazendo
desbastes, podas, ou mesmo corte total de algumas. Neste ponto vale a
sensibilidade e a vista dos objetivos que se pretende.
O material resultante de podas e cortes é matéria orgânica
preciosa. Deve ser deixado no local para fertilizar, umedecer e proteger o
solo.
Existem teorias, como a permacultura, que valorizam muito a
poda, mesmo de nativas, por estes benefícios e também por arejar a arvore e
eliminar envio de seiva para ramos sem chance de crescimento.
ALGUMAS ESPÉCIES
USADAS EM REFLORESTAMENTO
PIONEIRAS
Embauba –
Cecropia (diversas espécies)
Angico
jacaré – Piptadenia gonoacantha
Caja mirim – Spondias monbin
Fedegoso - Senna macranthera
Fedegoso gigante – Senna alata
Leiteira – Tabernaemontana fushiaefolia
Pombeira - Cytharexylum myrianthum
Papagaio ou tamanqueira - Aegiphila sellowiana
Capixingui - Croton floribundus
Sangra d’agua - Croton urucurana
Marianeira - Acnistus arborescens
INTERMEDIÁRIAS
Amendoim do mato – Pterogyne nitens
Aroeira
vermelha - Schinus terebinthifolius
Cabreúva,
Balsamo - Myroxylon balsamum
Canafístula de fava - Cassia
ferruginea
Canela branca - Ocotea spichiana
Caroba branca - Sparattosperma leucanthum
Catuaba
branca - Eriotheca candolleana
Farinha seca – Albizia haslerii
Guapuruvu - Schizolobium parahyba
Ingá –
Inga edulis
Ipê
amarelo do cerrado - Tabebuia chrysotricha
Ipê roxo –
Tabebuia avellanedae
Jacaranda da Bahia – Dalbergia nigra
Jenipapo - Genipa americana
Mulungu -
Erythrina verna
CLIMAXES
Angico
vermelho (mam. Porca) - Anadenanthera macrocarpa
Araribá -
Centrolobium robustus
Brauna
preta – Melanoxylon brauna
Cedro - Cedrela fissilis
Copaiba - Copaifera langsdorfii
Garapa - Apulea leiocarpa
Cutieira ou boleira – Joanesia princeps
Inuiba -
Lecythis lúrida
Ipê
amarelo da mata – Tabebuia serratifolia
Jatobá – Hymeneae courbaril
Jequitibá rosa - Cariniana legalis
Paratudo -
Hortia arbórea
Pau Brasil
– Caesalpinia echinata
Pau dalho
- Gallesia intergrifolia
Pau ferro – Caesalpinia ferrea
Pau rei – Pterygota brasiliensis
Peroba do campo – Paratecoma peroba
Sapucaia – Lecythis pisonis
Vinhatico - Plathymenia foliosa
Rio de janeiro, 30 de março de 2013
quarta-feira, 13 de março de 2013
Estágio no Sítio dos Herdeiros: Agrofloresta como opção para recuperar solos
Estágio no Sítio dos Herdeiros: Agrofloresta como opção para recuperar solos Esta é a idéia da ATREMARJ , Agrofloresta em todas as areas de REFLORESTAMENTO do Rio por ser areas de COMUNIDAES CARENTES,Provondo assim o Desenvolvimento Sustentavél da região!!!!!
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Ealgustágio no Sítio dos Herdeiros: 10 ideias de canteiros em espiral Pequenas atitudes ajudam o meio ambiente!!!
quarta-feira, 25 de maio de 2011
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